quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Próximo encontro 18 e 19 de Fevereiro




Nuno Pinto, anos depois da peça Cabaré Surrealista, 
ainda sob os seus fecundos efeitos

















Sábado, 18 de Fevereiro de 2017
Com paragens pelo meio para beber um copo, inclusive de chá, ou passear de modo peripatético 


15h00 – 17h00
Jornal MAPA, um jornalismo outro
por Filipe Nunes
Filipe Nunes faz parte do colectivo do Jornal MAPA desde o seu início em 2013, tendo antes editado, entre outras publicações, a revista Alambique. O MAPA entra no seu quinto ano de vida. Ferramenta de informação crítica como alimento do pensamento e de práticas de autonomia e liberdade em todos os aspectos da vida, é um  projecto de funcionamento voluntário e horizontal, animado por um colectivo disperso de norte a sul de Portugal e de outros tantos territórios. De afinidade anarquista, propõe-se como espaço aberto para romper com os círculos fechados da crítica anti-autoritária.  


▬▬▬▬
17h30 – 19h00
Filme ou musicoterapia por Joelle Ghazarian
▬▬▬▬  
19h30-21h00
Jantar
▬▬▬▬


21h00 – 22h30
A Ideia – Revista de Cultura Libertária
por António Cândido Franco
Ensaísta, romancista e poeta. Dedicou-se a Pascoaes, Florbela e Agostinho da Silva, fez A Ideia desde 1980, morreu em 2012, mas ainda está vivo. Vive em Évora. Vai apresentar a última edição da revista A Ideia, de que é director e editor (número quádruplo: 77, 78, 79 e 80). 
A Ideia – Revista de Cultura Libertária, que se publica desde 1974, é a mais antiga revista portuguesa do âmbito anarquista. Este número, com mais de 430 páginas, muito substancial e com um amplíssimo leque de colaborações, aborda um extenso número de temas. O sumário está dividido em quatro grandes partes: «Abjecção & Abjeccionismo», «Documenta», «Sade, Bocage, Mariana [Alcoforado] e Carroll», «Surrealismo & Abjeccionismo», «Leituras & Notas». Pela sua invulgar envergadura, é, desde já, um imperdível número histórico.
Esta edição inclui o conteúdo de uma revista, Abjecção, que foi impossível publicar em 1966, em pleno fascismo. Com os mesmos autores estrangeiros e portugueses (Sade, Lewis Carroll, Bocage, Jacques Vaché, Tony Duvert, Mariana Alcoforado/Chamilly…) e portugueses actuais (Cruzeiro Seixas, Cesariny, Luís Pacheco, Virgílio Martinho, António José Forte…). Mas poder publicar agora esta revista não quer dizer que a Abjecção tenha acabado. E é necessário denunciá-la. O sistema prisional é a nossa vergionha actual.»   


▬▬▬

Da série Abra a sua mente ao capital: «Comprem-me»,
por Miguel Brieva

Domingo, 19 de Fevereiro de 2017
11h00-13h00
O fim da sociedade industrial: o que é e para que serve
por Jorge Leandro Rosa
Jorge Leandro Rosa é ensaísta e tradutor. Continua a definir-se como ecologista e não-violento, mas está atento aos equívocos. Colabora regularmente em revistas culturais nacionais e estrangeiras, sendo ainda co-editor da revista Nada. Actualmente,  é investigador do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto. Tendo sido professor do ensino superior,  actividade que ainda exerce irregularmente, prefere hoje abandonar-se aos mais diversos regimes dos ventos.
SOU, ASSIM PARECE, A MAIOR AMEAÇA À LIBERDADE!
Tenho esta teimosia incompreensível de querer continuar a ser ecologista num tempo em que os ecologistas se têm vindo a transformar em gestores da «sustentabilidade», uma palavra feia para dizer que a mania de gerir as coisas e os seres vivos pretende disfarçar a todo o custo o verdadeiro estado da nossa situação nesta Terra. 
Desde travar conhecimento com a atitude pusilânime de muitos ambientalista profissionais ou assistir à absoluta irrelevância verde dos partidos ecologistas em geral, fui percebendo que os ecologistas se iam encarregando de aniquilar o seu próprio campo político e social. Salvam-se, é certo, pequenos núcleos radicais (mas, ainda assim, insuficientemente, se tivermos em conta a radicalidade dos processos hoje desencadeados), como a «Deep Green Resistance» e figuras como Derrick Jensen, mas aí já estamos na emergência da guerrilha ecológica, uma outra questão.
Estava eu nestas melancólicas reflexões quando, vindo do caldeirão de mitologias recicladas que é a Administração Trump, aparece um senhor chamado Myron Ebell, figura muito influente junto do Presidente e um dos coveiros das agências ambientais. E ele disse o que tinha de ser dito para que o meu ecologismo voltasse a valer mais do que cinco cêntimos nos saldos da radicalidade: «o movimento ambiental é a maior ameaça à liberdade no mundo moderno»! Como a liberdade é uma palavra que não vale sequer os cinco cêntimos do ecologismo nos E.U.A., há que colocar no seu lugar aquilo que o senhor Ebell verdadeiramente venera: «O movimento ecológico é a maior ameaça à sociedade industrial»! Assim faz sentido. Assim, as amplas liberdades do industrialismo poderão esmagar os vermes reaccionários. É só pena que as suas vitórias o vão conduzindo à derrota final.
Quem é que ainda não percebeu que, por debaixo das palavras «imigração», «muro», «discriminação» ou «isolacionismo» se escondem as palavras «fósseis» e «hidrocarbonetos» repetidas infinitamente e acompanhadas, sempre que necessário, de «guerra», «industrialismo» e «recursos»? Muita gente, pelos vistos. – J.L.R.


▬▬▬▬
13h30
Almoço
▬▬▬▬
15h30
Voltaire ou a máquina de Proteu, seguido de Abracadada 
por Nuno Pinto
(assinalando os 100 anos de Dadá Cabaret Voltaire)
Actor e encenador, de uma família de actores, vive actualmente no Porto. Mestre em arte teatral, sobre o tema «Loucura e teatralidade no século XX», que incluiu a peça satírica Razão Louca, encenada com pacientes de um hospital psiquiátrico. É licenciado em Psicologia, mas abandonou muito cedo essa possível «carreira» para se dedicar inteiramente ao teatro. Fez parte de varias companhias, entre as quais o Teatrão, A Escola da Noite e a Marionet, de Coimbra, e nos últimos anos tem desenvolvido acção cultural em hospitais psiquiátricos. Uma das suas inspirações centrais é o surrealismo, em particular o surrealismo português, cuja filosofia e estética tem aplicado, quer na escolha de autores ou textos, quer na sua encenação. Tem organizado também actos poéticos de carácter itinerante, encenações mais curtas e experimentais a partir da obra de poetas singulares como António José Forte ou Antonin Artaud. Está presentemente a trabalhar em vários projectos, designadamente Harpoemacto, com a harpista Angélica Salvi, Eco da Víscera, com o compositor e instrumentista Jonathan Saldanha.

▬▬▬▬ 
Entrementes: Música improvisada
por Paul 
Músico internacionalista, encontra-se presentemente na zona de Castelo de Vide. A solo, costuma tocar música mediterrânica e oriental. Canta acompanhando-se com guitarra, ud e buzuki. Assim se nos apresenta: «Sou agora (neste momento) da família dos Andarilhos, daqueles que vão pelos caminhos de coração aberto e mochila às costas, através dos encontros e das dádivas. Entre outras coisas, semeio e recolho músicas. Transporto comigo as felicidades e as penas ancestrais, para os nossos corações libertarem as suas emoções. Se me esperam sozinho, devem estar preparados para ver sair dos meus casos outro companheiro barulheiro. Os caminhos são para partilhar. Vamos a isso!»

1 comentário: